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Inglês no Supermercado – Vocabulário, gramática, cultura e dicas

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O certo e o errado em inglês: os guardiões do idioma

Inglês no Supermercado - Vocabulário, gramática, cultura e dicas Publicado em por John D. Godinho

Quem são os árbitros do certo e do errado num idioma? Na França, existe a Académie Française que, não raras vezes, é vítima de brincadeiras e do mais respeitoso desrespeito por parte dos próprios franceses. E na língua portuguesa temos acordos ortográficos elaborados pela Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras, e aprovados pelos congressos nacionais dos dois países. O cidadão comum simplesmente não é consultado e, para ele, as academias são entidades olímpicas onde se toma um chazinho com biscoitos e se discute a importância de ser imortal.

Já a língua inglesa não tem esse tipo de estrela-guia. Não existe uma academia na Inglaterra ou nos Estados Unidos para reger as andanças de seu idioma. Talvez isso explique a bagunça que muitas vezes impera no inglês e justifique a arrogância dos que se acham donos da língua. Já diz o ditado: “Em terra de cego…” Pode ser. Então, resta a pergunta: “Quem são, afinal, os legisladores do ‘inglês correto’, como e por que conseguiram alcançar esse poder para ditar as regrinhas que se aprende na escola e que deveriam ser obedecidas na vida particular e profissional?”

Houve uma época em que não havia lugar para tais legisladores. Mesmo antes da Conquista Normanda em 1066, o inglês já não era chegado a regras e formalidades, resultado de tantas influências vindas de fora. Após 1066, o francês tornou-se a língua oficial do país, e a língua inglesa continuou à solta, coisa de terceira classe, a língua da ralé, e assim permaneceu durante séculos. O povo fez, refez e alterou o idioma sem ninguém lhe dizer que “esta forma está correta” e aquela “está errada”.

Os “guardiões” da língua inglesa

Hoje, os autodesignados árbitros do correto e incorreto na língua inglesa são, na realidade, uma rede informal composta de editores, colunistas, críticos profissionais, membros de conselhos editoriais de dicionários, consultores no uso da língua inglesa, gramáticos, autores de livros de redação e estilo, professores de inglês e ensaístas. O número é bem grande. Entre eles, alguns já falecidos, mas ainda tendo grande influência, destacam-se os irmãos H. W. e F.G. Fowler, Sir Ernest Gowers, e Robert Burchfield, na Inglaterra, e Theodore Bernstein, John Simon, William Safire e Edwin Newman, nos Estados Unidos. A sua autoridade, alegam eles, tem origem na sua dedicação à manutenção de padrões que serviram muito bem ao idioma no passado conforme comprovado nos trabalhos dos seus maiores escritores; são esses padrões que garantem a clareza, a lógica, a coerência, a precisão, a estabilidade, a integridade e o alcance de expressão. Algumas dessas “autoridades” vão mais longe e dizem que estão realmente protegendo a capacidade de pensar com clareza e lógica [Pinker, The Language Instinct, p. 372].

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Livros de Robert Burchfield e Edwin Newman
dois guardiões da língua inglesa

Já os membros do campo oposto, geralmente linguistas, contestam alguns dos exageros conservadores e os desmandos linguísticos dos “guardiões“, e dizem que gerações de falantes do idioma foram simplesmente intimidadas a obedecer às regras impostas. E explicam por quê. De acordo com R. L. Trask, em Language: The Basics, muitos anglofalantes tendem a olhar questões de linguagem como uma coisa envolvendo questões de moral, como se houvesse algo de sagrado nas regras ditadas nos livros e impostas nas escolas. Depois de destrinchar algumas das regras, Trask declara que as opiniões de alguns “guardiões” sobre o que é bom ou ruim são baseadas em julgamentos altamente subjetivos e eivados de preconceitos, confusão e ignorância.

Para muitos linguistas, os “guardiões” têm se mantido no poder por causa do nervosismo e ansiedade da classe média, provocados pela vontade de “subir na vida”. Segundo eles, o recado intimidativo dos “guardiões” é mais ou menos assim: “O negócio é simples: ou você fala corretamente ou é excluído do clube; ou pertence à elite ou à ralé.”

Os “guardiões” também cometem erros gramaticais

No livro The Mother Tongue, 1990, p. 136, Bill Bryson, com óbvio prazer, dá exemplos em que os “guardiões” de maior destaque pisam na bola gramatical, cometendo sérios erros de concordância, enquanto Steven Pinker, em vários trechos de The Language Instinct, apresenta alguns flagrantes em que “a clareza, lógica, coerência, etc.”, tão alardeadas pelos “guardiões”, caem vítimas da incapacidade intelectual e do preconceito dos próprios.

Para os “guardiões”, pouco importa que existam fatos históricos que esvaziam o balão das regras “protegidas”. Afinal, muitas delas tiveram origem em pequenos desvarios folclóricos que se perpetuaram ao longo de séculos, mesmo sendo ignoradas pelos mais consagrados autores na língua inglesa. Algumas delas serão abordadas nos próximos artigos.

Capa do livro Once Upon a Time um Inglês do autor John D. Godinho

O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços:
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Leia também:
O certo e o errado no inglês: as divergências
Propostas e reformas ortográficas na língua inglesa
O certo e o errado no inglês: regras normativas e descritivas

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