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Inglês no Supermercado – Vocabulário, gramática, cultura e dicas

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O certo e o errado em inglês: preconceito linguístico em ação

Inglês no Supermercado - Vocabulário, gramática, cultura e dicas Publicado em por John D. Godinho

Com todos os seus defeitos, esquisitices e incoerências, a língua inglesa é frequentemente elogiada por não ter qualquer autoridade suprema para lhe tolher a liberdade. Otto Jespersen, o linguista dinamarquês, costumava comparar a língua francesa aos jardins severos e formais de Louis XIV, e fazia o contraste com a língua inglesa que era como “…um jardim plantado aparentemente sem qualquer planejamento, deixando você livre para passear a seu bel-prazer sem se preocupar com qualquer guarda mal-encarado impondo regulamentos rigorosos.” [Growth and Structure of the English Language, 1982, p. 16].

Preconceito linguístico: político contra o “split infinitive”

Mesmo assim, e a despeito das opiniões contrárias, muitas das regras formuladas e perpetuadas pelos “guardiões” continuam em vigor. Afinal, eles ocupam posições de enorme influência, nas universidades, jornais, revistas etc. Alguém que se atreva a desafiá-los, especialmente no mundo acadêmico e literário, corre o risco de ser tachado de ignorante, já que, dizem eles, o uso “correto” do inglês é o fator que separa a elite da ralé. Veja a que ponto pode chegar esse tipo de preconceito. Na década de 1980, o político Jock Bruce-Gardyne, do partido conservador inglês, foi designado Secretário do Tesouro. Qualquer correspondência que lhe fosse enviada e tivesse a infelicidade de conter um infinitivo dividido era imediatamente colocada de lado e sumariamente devolvida ao remetente sem ser lida.

Preconceito linguístico: jornal contra o “ain’t”

Essas polêmicas inevitavelmente iriam desaguar no colo dos editores de dicionários. Que posição deveriam tomar? Deveriam seguir as normas ditadas, ou simplesmente descrever, sem tomar partido, como a língua é usada na realidade? Um dos melhores exemplos da escola descritiva é a edição de 1961 do Webster’s Third New International Dictionary cujo editor, Philip Gove, era da opinião de que distinções no uso da língua eram artificiais e elitistas. O resultado foi a inclusão de muitas palavras e expressões que os “guardiões” desaprovavam.

Provavelmente o que causou o maior escândalo foi a inclusão da palavra ain’t (contração de am not, is not, are not, ou até mesmo has not e have not) com a observação de que é usada em muitas partes dos Estados Unidos. Um bom exemplo encontra-se no primeiro filme falado, The Jazz Singer, de 1927, em que o cantor Al Jolson declarava, na maior alegria: “You ain’t heard nothin’ yet” (Vocês ainda não ouviram nada). Para desespero dos puristas, a frase estava toda errada (além da palavra ain’t, ela continha uma dupla negativa e deveria ser “You haven’t heard anything yet”), mas refletia o inglês de muitos na plateia.

usos de ain't, am not, is not, are not, has not, have not, preconceito linguístico

Usos da contração “ain’t”

Em The Story of Language, Mario Pei comenta o fato de que ain’t tornou-se comum na época do Rei Charles II, isto é, há uns 300 anos, mas não se sabe bem quando os “guardiões” a declararam “ilegal”. Ninguém duvida que a frase ain’t I é muito mais fácil de pronunciar do que aren’t I ou amn’t I e soa muito mais natural do que am I not.

Mas o preconceito dos “guardiões” e seus seguidores tem mantido a palavra fora do círculo privilegiado do standard English. O New York Times ficou tão furioso com o novo dicionário Webster que resolveu jamais usá-lo e anunciou que continuaria a usar a edição de 1934. A insensatez não passou em branco. O escritor, e também “guardião”, Bergen Evans viu-se obrigado a declarar: “Alguém que, no ano de 1962, anuncia solenemente que, em questões de uso da língua inglesa, se guiará por um dicionário de 1934 está falando bobagem, ao mesmo tempo ignorante e pretensiosa.”

Capa do livro Once Upon a Time um Inglês do autor John D. Godinho

O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços:
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Leia também:
O certo e o errado no inglês: as divergências
Propostas e reformas ortográficas na língua inglesa
O certo e o errado no inglês: ascensão dos gramáticos

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