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Inglês no Supermercado – Vocabulário, gramática, cultura e dicas

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Black English Americano: Minstrel Shows, Vaudeville, Spirituals e Gospel Songs

Inglês no Supermercado - Vocabulário, gramática, cultura e dicas Publicado em por John D. Godinho

Nos Estados Unidos, a presença do Black English tornou-se mais marcante ainda através de shows de música (minstrel shows), vaudeville (tipo de teatro de revista), no rádio, depois no cinema e, finalmente, na televisão. O resultado foi uma mistura das culturas branca e negra, especialmente no sul, conforme se vê no romance Porgy, de DuBose Hayward, que virou campeão de vendas e acabou se transformando na famosa ópera popular Porgy and Bess, com música de George Gershwin e letra de Ira Gershwin e do próprio Hayward. Os autores mergulharam profundamente no Black English, na cultura de Charleston e no gullah, das Sea Islands na costa do estado da Carolina do Sul. A ópera está cheia de referências musicais e ritmos negros, especialmente baseados nos spirituals e canções populares. A letra, naturalmente, está repleta de Black English. Quem não conhece:

Summertime an’ the livin’ is easy,
Fish are jumpin’ an’ the cotton is high,
Oh, yo’ Daddy’s rich and yo’ Ma is good-lookin’
So hush li’l baby, don’t yo’ cry.

cartaz do filme porgy and bess samuel goldwyn

Fragmento do cartaz do filme “Porgy and Bess” (1959),
obra baseada na ópera Porgy and Bess

Tudo o que havia sido tirado dos negros quando trazidos da África eles recriaram e levaram consigo para todos os cantos da América quando finalmente libertados – um idioma e uma cultura próprios. Um dos pontos de partida para essa reconstrução das raízes foi o culto religioso – a vida do escravo era tolhida de toda a forma e feitio, exceto quanto à sua expressão de religiosidade cristã. Foi assim que surgiram os cânticos religiosos cantados em Black English, como o equivalente dos cânticos dos brancos. Só que muitas dessas canções, os spirituals, hinos de profunda religiosidade, e as gospel songs, também baseadas em textos bíblicos, mas bem mais espontâneas e alegres, iam além da mensagem religiosa – eram também mensagens em código expressando os anseios e esperanças de um povo oprimido. O Spiritual Judgment Day (O Juízo Final), por exemplo, era uma descrição do dia em que os escravos se revoltariam; Home, Canaan (A Terra Prometida) era um alusão velada à África. E quando um spiritual se referia a um escravo a-gwine to Glory (a-going to Glory, ou seja, indo para a Glória), todos sabiam que se tratava de alguém que conseguiu voltar à sua terra natal na África. Os brancos, claro, pensavam que se tratava de alguém que tinha morrido.

Esse tipo de subversão linguística extrapolou o meio religioso e tornou-se uma tradição que continua até hoje, quando, dependendo do contexto, palavras comuns assumem um significado totalmente contrário ou então viram vocábulos com forte conotação sexual. A palavra bad, que normalmente quer dizer mau, ruim, de repente é pronunciada /bééé-éd/ (pronúncia aproximada) e significa “maravilhoso, excelente, admirável”; mean para os neófitos quer dizer média, meio, ou também ruim, mas para os iniciados é “excelente”. O mesmo acontece com ugly (feio, horroroso, mau): sem que você perceba, ugly se transforma e vira beautiful (lindo). Já a inocente descrição daquele doce que mais parece um pequeno rocambole recheado com geleia de frutas, de repente deixa de ser inocente: jelly roll, dependendo do contexto, torna-se uma descrição da genitália feminina. E até a expressão rock ‘n’ roll, hoje tão divulgada, começou como apenas mais uma maneira de dizer “transar”. (Contato com o autor: John D. Godinho – [email protected])

capa do livro once upon a time um inglês do autor john d. godinho

O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços:
www.agbook.com.br
www.clubedeautores.com.br

Leia também:
Imigrantes e Inglês Americano: Ethnic Slurs e Estátua da Liberdade
Imigrantes e Inglês Americano: Alemães, Italianos, Judeus e outros
Imigrantes e Inglês Americano: Ellis Island e Comunidades de Imigrantes

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