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Inglês no Supermercado – Vocabulário, gramática, cultura e dicas

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O certo e o errado em inglês: a ascensão dos gramáticos

Inglês no Supermercado - Vocabulário, gramática, cultura e dicas Publicado em por John D. Godinho

A ascensão dos “guardiões do idioma” já foi descrita como um “escândalo” que vem de longe, mas que se tornou mais pronunciado em meados do século XVIII. Para os primeiros “guardiões”, o latim era a língua do conhecimento, da sabedoria, e oferecia os ideais de precisão e lógica que deveriam ser seguidos pela língua inglesa. Outra faceta que os fascinava era o fato de o latim ter sido o idioma de um vasto império, o que se encaixava perfeitamente nas ambições expansionistas inglesas. Por isso, os críticos alertam: a gramática inglesa é do jeito que é porque muitas das sua regras e terminologia são baseadas num idioma que pouco tem a ver com as raízes da língua inglesa.

Primeiros Gramáticos do Inglês

A ideia de seguir os ideais do latim ganhou fôlego, para desconsolo e provável arrependimento de muitos gramáticos que tiveram que se entregar aos maiores malabarismos, numa tentativa de conciliar as incoerências. Resultado – foram obrigados a passar longas horas tentando justificá-las. Mas a época era dada a extremos. Alguns dos primeiros gramáticos não só usavam o latim como modelo mas davam-se ao trabalho de escrever a própria gramática inglesa naquele idioma. Foi esse o caso de De Recta et Emendata Linguae Anglicae Scriptione Dialogus (1568) de Sir Thomas Smith, Logomania Anglica (1619) de Alexander Gil, e Grammatica Linguae Anglicanae (1653) de John Wallis, citados por Bill Bryson em The Mother Tongue. Como exemplo da ginástica gramatical da época, Robert Burchfield, em The English Language, descreve o trabalho de F. Th. Visser, que se viu obrigado a escrever 200 páginas só para explicar um aspecto da conjugação de verbos no presente do indicativo.

gramática do inglês, de recta et emendata linguae anglicae scriptione dialogus, sir thomas smithDe Recta et Emendata
Linguae Anglicae Scriptione Dialogus

de Sir Thomas Smith

As circunstâncias no século XVIII vieram acirrar esse estado de coisas. A Inglaterra havia se tornado o centro de um poderoso império e a língua inglesa estava assumindo uma posição de destaque como idioma internacional. Na própria sociedade inglesa, o idioma estava se tornando cada vez mais importante como meio de galgar os degraus da escala social e econômica. Os novos tempos exigiam novos livros, cursos, escolas, manuais, tudo que ajudasse o cidadão a “subir na vida”. Multiplicavam-se as regras, os refinamentos, e os termos absolutamente “essenciais” que não podiam ser dispensados por pessoas de “fino trato”. Muitos dos absurdos gramaticais de hoje podem ser atribuídos às modas e manias daquele tempo. Em Pygmalion, George Bernard Shaw, com a aguçada ironia de sempre, descreve muito bem esse tipo de coisa. Indignada, Eliza Doolittle, a reles vendedora de flores, vira-se para o Professor Higgins e dispara: “Eu não quero falar gramática; quero falar como uma dama.”

Gramática de Inglês sob ataques

Em 1762 foi publicado o livro A Short Introduction to English Grammar, de autoria de Robert Lowth, gramático e pastor anglicano, mais tarde designado Bispo de Londres. Como linguista, suas ideias eram, no mínimo, um pouco estranhas, pelo menos para nós. (Para ele, no Paraíso só se falava hebreu). O trabalho, como seus antecessores, também era baseado na gramática latina, mas continha algumas atualizações para melhor se acomodar à língua inglesa.

Rapidamente o livro virou texto padrão no ensino do idioma e o nome de Robert Lowth começou a ser considerado como sinônimo de gramática normativa, ditando regras e parâmetros para o que é certo e o que é errado. Um bom número dos preceitos gramaticais ainda hoje em vigor, e amplamente atacados por linguistas dos dois lados do Atlântico como incoerentes, vem daquela época, muitos deles saídos do livro de Robert Lowth. Foi dali que surgiram regras como: é proibido separar um infinitivo; não se deve terminar uma oração com uma preposição porque a preposição tem que vir antes de alguma coisa (pre- quer dizer antes em latim, entenderam?); é incorreto usar uma dupla negativa porque isso é equivalente a um positivo; a palavra between (entre) só pode ser usada com relação a duas pessoas ou coisas e among com relação a três ou mais.

E, assim, os defeitos, esquisitices e incoerências da língua inglesa foram se firmando, para o desespero de muitos nativos e de quase todos os estrangeiros que se aventuram a estudá-la.

Capa do livro Once Upon a Time um Inglês do autor John D. Godinho

O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços:
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Leia também:
O certo e o errado no inglês: as divergências
Propostas e reformas ortográficas na língua inglesa
O certo e o errado no inglês: gramáticas normativas e descritivas

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