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Inglês no Supermercado – Vocabulário, gramática, cultura e dicas

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O certo e o errado em inglês: disparates cometidos pelos guardiões do idioma

Inglês no Supermercado - Vocabulário, gramática, cultura e dicas Publicado em por John D. Godinho

A lista negra dos “guardiões do idioma” é extensa. A regra proibindo a divisão do infinitivo, já abordada noutro artigo, é apenas uma delas; existem muitas outras. Por exemplo, os “guardiões” declararam guerra à expressão It’s me (sou eu), decretando que a única forma aceitável é It’s I. De acordo com eles, esta forma tem mais lógica. Infelizmente para eles, todo o mundo diz It’s me, que é a forma universal em inglês. A pessoa que usar It’s I pode ser olhada como se algo houvesse de errado com ela. O mesmo pode acontecer se ela usar outras expressões também ditadas pelos “guardiões”, como, por exemplo, Whom did you see? (Quem você viu?), em vez de Who did you see? que é perfeitamente normal e usada por quase todos com a maior tranquilidade. Os “guardiões” acham que whom, em vez de who, é mais correto porque era assim que as pessoas falavam há quinhentos anos e assim surgiu a regra: usa-se who para designar o sujeito de um verbo (Who keeps the keys?/Quem guarda as chaves?) e whom para designar o objeto. Portanto, Whom did you see? Ora, rebatem os opositores, a ideia é absurda. Se vamos ressuscitar essa palavra, então vamos ressuscitar os milhares de outras que já foram usadas e descartadas ao longo da história do idioma.

Mais disparates dos guardiões do Inglês

Na lista de proibições defendida pelos “guardiões” encontram-se várias outras formas de linguagem que fazem parte do idioma há séculos. Por exemplo, uma oração não pode terminar com uma preposição; não se deve usar a negativa dupla (double negative); o hábito de converter substantivos em verbos deve ser evitado. No entanto, todas elas são livremente usadas no cotidiano da língua inglesa.

Dupla Negativa em Inglês

Um bom exemplo é a famosa dupla negativa que os “guardiões” juraram de morte. Usar duas negações na mesma oração é uma declaração de ignorância, falta de educação e de classe, dizem eles. Assim, não se deve empregar a palavra not, quando usarmos qualquer outro termo negativo como, por exemplo, no one, nobody, nothing, none, neither, hardly, barely etc. Pela lógica dos gramáticos, dois não equivalem a um sim. Se quisermos usar o verbo com a palavra not, é preciso mudarmos o segundo termo negativo para any. A regra simplesmente não leva em conta que, longe de ser uma impropriedade, the double negative era o normal do inglês do poeta Chaucer, como era e ainda é em praticamente todas as línguas europeias. Enquanto em português correto diríamos: Não consigo nenhuma satisfação, em inglês teríamos que dizer: I can’t get any satisfaction. Por isso, de acordo com os “guardiões”, quando Mick Jagger, dos Rolling Stones, canta I can’t get no satisfaction ele está realmente apregoando aos quatro ventos que está satisfeitíssimo – o que causaria espanto ao próprio Jagger. Para os simples mortais, é difícil entender por que o cantor usaria o reforço de dois negativos para declarar ao mundo que, sim, ele encontra prazer e satisfação com a maior facilidade.

the rolling stones i cant get no satisfaction

I can’t get no satisfaction
www.rollingstones.com

Enfim, é bom você saber que a regra é rigorosamente observada no Standard English e que estará em todos os livros de gramática. Mas lembre-se de que muita gente mundo afora nem sequer toma conhecimento da sua existência, especialmente no inglês falado pelos menos letrados.

Formação de Verbos em Inglês

Outra prática condenada é o à vontade com que simples substantivos são convertidos em verbos. (Os americanos têm sido muito atacados por isso). Só nos últimos 100 anos foram denunciados verbos como: to access (acessar); to input (fornecer dados); to impact (causar impacto); to host (ser anfitrião); to parent (criar filhos); to chair (presidir); to showcase (expor); to progress (progredir); to contact (contatar); to intrigue (intrigar); to head (encabeçar).

Todos esses verbos hoje são tão corriqueiros em inglês que é difícil entender o porquê da polêmica, ainda mais quando se trata de um processo de conversão que faz parte do idioma há séculos. O grande problema, segundo os “guardiões”, é que as pessoas estão aos poucos destruindo a diferença entre um verbo e um substantivo, o que resultará na falta de clareza e em raciocínio lerdo e frouxo. Em The Language Instinct, Steven Pinker é taxativo: Se alguém sofre de falta de clareza e de raciocínio desacelerado, esse alguém são os próprios “guardiões”, que não acompanham a dinâmica do idioma.

Capa do livro Once Upon a Time um Inglês do autor John D. Godinho

O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços:
www.agbook.com.br
www.clubedeautores.com.br

Leia também:
O certo e o errado no inglês: as divergências
Propostas e reformas ortográficas na língua inglesa
O certo e o errado no inglês: regras normativas e descritivas

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